31.3.11

EXPRESSO DA LINHA - QUATRO ANOS

Ao completar quatro anos, o Expresso da Linha continua sem rumo. Não sabemos de onde vimos, nem para onde vamos. Não temos ideias feitas, nem vontade de as fazer. Não levamos ninguém para onde quer que seja. Vamos em frente, não sei para onde. Alguns viajam desde o princípio. Outros entraram em movimento. Uns saem em andamento. Alguns permanecem, outros não. Viajamos sem destimo. Paramos em qualquer sítio. Arrancamos sem aviso. Vamos direitos ao infinito. A viagem é gratuita. Comenta quem quer. Aparece qualquer um. Ninguém tem obrigações. Vamos rápidos que a vida é um expresso. Vamos direitos à última estação. Espero que gostem da viagem. Grato por os ter a bordo.

VAI VIR CHARTERS - HOMENAGEM AO SPORTING



30.3.11

EM QUEDA

FMI - SALADA GREGA



Alguns dos ingredientes utilizados na receita grega do FMI. Nós vamos ter batatas a murro.

Sector Público
- Corte do subsídio de férias e natal para todos os empregados públicos que ganhem mais de 3000€/mês brutos. Quem ganhar menos de 3000€ vai receber 250€ pela Páscoa, 250€ no Verão e 500€ no Natal;
- Reduzir os subsídios de 8 a 20% no sector público estado e 3% nas empresas públicas
- Uniformizar todos os salários pagos pelo estado;
- Congelar todos os salários do sector público até 2014.

Sector Privado
- Chegou-se a um acordo colectivo, assinado em 15 de Julho. Não houve aumentos em 2010 e prevê-se aumentos de 1.5 a 1.7% para 2011 e 2012 – muito abaixo da inflação actual que ronda os 5.6%.
- Imposição de um imposto aplicado uma única vez às empresas que tenham tido mais de 100 000€ de lucro em 2009, que vai de 4% a 10% (em função dos resultados).

Alargar os limites pelos quais os empregadores podem despedir funcionários:
- Empresas com até 20 empregados: sem limite;
- Empresas com um número de empregados entre 20 e 150: até 6 despedimentos por mês;
- Empresas com mais de 150 empregados: até 5% dos efectivos ou 30 despedimentos por mês.
- Os empregados considerados redundantes não podem contestar o despedimento a menos que o empregador concorde.

Aumentar as contribuições para a segurança social em 3%, tanto para empregados como empregadores.

Pensões/Reformas
- Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas que recebam mais de 2 500€/mês brutos. Aqueles que ganhem menos de 2500€ vão receber 200€ pela Páscoa, 200€ pelo Verão e 400€ no Natal;
- Cortar os subsídios de férias e natal para todos os pensionistas com menos de 60 anos, excepto para aqueles que tenham o número mínimo de anos de contribuição, tenham menos dependentes ou estudantes com menos de 24 anos a viver na mesma casa;
- Todas as pensões congeladas até 2013;
- As pensões não devem exceder 65% do rendimento auferido enquanto se trabalhava (anteriormente este número podia chegar aos 96% baseado nos últimos anos de trabalho e nos mais bem pagos); 
-  Reforma completa das condições de reforma dos militares e forças de segurança o que inclui aumentar a idade de reforma e a remoção de bónus especiais;

Impostos
- IVA: todas as taxas de IVA foram aumentadas 10%: 5 para 5.5%, 10% para 11% e 21 pra 23%;
- Imposto sobre tabaco, bebidas alcoólicas e combustíveis: imposto adicional de 10%;
- Imposto em automóveis de luxo (novos e usados): 10 a 40% baseado no valor em novo e no valor de mercado;
- Publicidade na TV: toda a publicidade na TV está sujeita a um imposto de 20% a partir de 2013;
- Imposto especial de 1% para aqueles que tenham um rendimento líquido de 100 000€ ou mais.

O FMI ESTÁ A CHEGAR

29.3.11

MILREIS

REFLEXÃO CHINESA

1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios. Porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...
2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.
3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.
4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.
5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.
6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.
7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!
8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...
9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado...
10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade!...

Entrevista ao Prof. Kuing Yaman.

28.3.11

PARA MAIS TARDE RECORDAR

Em ex-visita oficial, o ex-presidente Lula, com o ex-presidente Soares e o ex-primeiro-ministro Sócrates, antes do ex-jantar, exorta o ex-governo do ex-Portugal a não chamar o FMI. Um conselho ex-emplar. Amanhã vem a Dilma.

SEM ASSUNTO


27.3.11

LIBERALIDADE

Há em todos uma propensão para dar. Uma generosidade natural. Uma vontade de entender os outros. Muitas vezes, porém, a liberalidade esconde-se por de baixo da avareza, da estreiteza de vistas, da vida egoísta que nos forçamos a viver. Mais do que a simples caridade, importa sermos liberais. Ser liberal não é admitir tudo. Não é ser complacente. Ou mesmo inerte. Ser liberal é ajudar. É apoiar os outros. Compreendê-los, sem os estigmatizar. Ser liberal é ter abertura de ideias. Ser liberal é uma luta permanente com o nosso ego.

MUDOU A HORA

OLHAR A SEMANA - ESTAMOS FODIDOS

Veja em "Olhar Direito" a minha crónica da semana

25.3.11

PALÁCIO DA AJUDA - ESTUDOS PARA CARVÃO I




PALÁCIO DA AJUDA - ESTUDOS PARA CARVÃO II



AJUDA - UM PALÁCIO INCOMPLETO



PALÁCIO DA AJUDA (CONTINUAÇÃO)


A construção do Palácio sofre imensas vicicitudes. Foram as Invasões Napoleónicas; a fiuga do rei para o Brasil; a falta de dinheiro para a obra... A construção arrasta-se com lentidão. D. João morre sem nunca ter aqui vivido. O filho, D. Miguel, foi aqui aclamado e aqui viveu por seis meses, no seu curto reinado. Veio, depois, o liberalismo e percebeu-se que um palácio tão grande não fazia falta. O plano inicial já não fazia sentido. O Palácio ficou inacabado, o que é perfeitamente visível. D. Maria II e o rei consorte, D. Fernando, privilegiaram o Palácio das Necessidades e a Pena (Sintra). O Palácio da Ajuda ficou secundarizado, servindo apenas para cerimónias de Estado. Esta situação mantém-se com D. Pedro V. Sucedeu, porém uma tragédia que traria a Ajuda para a ribalta. Em 1861, um surto de febre tifóide assola a família real que então residia no Palácio das Necessidades. Pedro V, contaminado pelos irmãos, morre com vinte e poucos anos. Sucede-lhe o irmão D. Luís. Este decide mudar-se para a Ajuda, evitando mais contágios. Aqui nasce o fuuro rei D. Carlos que, no entanto, após o casamento, decide mudar para o Palácio de Belém (um pouco mais abaixo), onde hoje está sedeada a Presidência da República. A Ajuda lá está, com um Museu à espera da vossa visita. Pouco conhecido, retrata todas estas vicicitudes e tem um espólio de artes decorativas excepcional.

RESIDÊNCIAS REAIS - PALÁCIO DA AJUDA

Situado na Ajuda (alto de Belém), foi um antigo Palácio Real. Agora, alberga um Museu, uma Biblioteca e o Ministério da Cultura, para além de outros serviços do Estado. A quinta da Ajuda foi comprada por D. João V para edificar uma residência de Verão, em 1726. O rei morreu antes de se concretizar essa vontade. Depois, veio o grande terramoto de 1755. D. José I, o filho de D. João V, ficou sem o Palácio da Ribeira (Terreiro do Paço) e apanhou um tal susto que nunca nmais viveu em casas de alvenaria. Era tal a paranóia que o rei mandou construir na Quinta da Ajuda (uma zona pouco sísmica) um palácio de madeira e pano, para sua residência permanente. A Real Barraca ou Paço de Madeira foi a sua residência até à morte, em 1777. Depois, em 1794, a Real Barraca é consumida por um incêndio. D. João VI, já no poder, manda, então, construir no local o Palácio da Ajuda.
(continua).

PAREDE - A ESTRADA MARGINAL



A Estrada Marginal tem cerca de 30 km e liga Lisboa a Cascais. Segue ao lado do Tejo e, a partir de Oeiras, ao lado do mar. Um eixo fundamental no desenvolvimento da zona. Hoje, a bem dizer, não há qualquer separação entre as várias localidades por ela servidas. De facto, a Marginal é uma avenida litoral da Grande Lisboa. E, no entanto, todas essas localidades conservam uma história e uma tradição muito diferentes. É isso que, de vez em quando, vamos deixando passar por aqui. A Linha de Cascais é um mundo e um mundo que se desenvolveu já no século XX. A Marginal é, seguramente, uma das estradas mais bonitas desse mundo. Nas fotos, temos a zona da Parede antes da Marginal; a Marginal em construção, em 1940, e a Marginal actualmente.
Nota: termino aqui esta breve apresentação da Parede. Agradeço ao meu amigo AFS a monografia que me emprestou e donde foram retiradas as fotos.

24.3.11

PAREDE - CASA DAS PEDRAS


A Casa das Pedras, pertence à família Azevedo e Gomes. Projecto de Nicola Bigaglia, de 1903. Ainda lá está, debruçada sobre a praia das Avencas.

PAREDE - ANTES E DEPOIS DA ESTRADA MARGINAL


O Sanatório de Santanna foi inaugurado em 1904.. A Estrada Marginal seria inaugurada nos anos 40.

PAREDE - O TABULEIRO

Nesta fotografia de 1936 vemos aquele que, porventura, será o ex-libris da Parede: o tabulreiro. A Parede era, desde 1900, a meca dos tratamentos helio-marítimos, muito em voga no final do séc. XIX. Os doentes de ossos corriam aos sanatórios recentemente inaugurados para receber tratamentos. Uma peculiar conjugação climática (muito sol, tempo seco, mas marítimo) e de libertação de iodo (proliferação de algas nas plataformas rochosas que entravam pela água), fez da Parede uma vila burguesa, onde antes havia apenas pedreiras e hortas decadentes. Era frequente ver os doentes em tabuleiros a ser empurrados para todo o lado. Havia mesmo corridas de tabuleiros. Quase parecia mal não ser coxo.

PAREDE - CINEMA PARQUE OCEANO


Fomos aos nossos arquivos e encontrámos. Na rua Domingos José de Morais, o écrã panorâmico do cinema ao ar livre Parque Oceano que ali funcionou. As aberturas visíveis, em baixo, destinavam-se aos autifalantes. Aplicava-se uma tela por cima quando se exibia um filme. Obtivémos também a confissão de dois jovens inconscientes que conspurcaram o quadro com aquelas "bocas" utópico-surrealistas. Vejam o 10º comentário ao meu post "Ouça um bom conselho": "Hehe! Fui eu e o Lucas Malucas que pintámos isto! Segundo uma frase de uma amiga dele. Não fossemos nós da Parede, talvez não tivéssemos o vício de nela pintar. Hehe! Abraço. Tomás." De forma absolutamente acidental está descoberto um mistério que muito me atormentava. E conhecendo os dois "Osgas", atrevo-me a sugerir: escrevam mais.

23.3.11

PAREDE - I

Desde o princípio do século que a zona da Parede era um destino obrigatório para o tratamento pela luz solar. O efeito daquele micro clima seco e, simultaneamente, marítimo, combinado com o iodo das algas, tinha granjeado à Parede fama internacional. Em 1902 inaugurava, nas instalações do antigo Forte de São Domingos de Rana, o Sanatório Marítimo de Carcavelos, hoje Sanatório Doutor José de Almeida. Em 1904 fora a vez do Sanatório de Santanna, hoje entregue à Santa Casa da Misericórdia. A Parede era, então, uma freguesia de São Domingos de Rana. População dispersa de lavradores, canteiros e pescadores. Escassas propriedades rústicas. Uma terra ainda calcinada de vinhedos dizimados pela filoxera que atacara nos finais do século XIX.
Na foto, o Sanatório de Santanna, inaugurado em 1904.

PAREDE - II

Durante séculos, a Parede, destacara-se por fornecer pedra para as obras de Lisboa. As pedreiras do Alto da Parede e do Murtal lá estão para o demonstrar. Agora era a vez do Sol. A Parede desenvolver-se-ia a partir dos tratamentos solares. Os sanatórios junto ao mar seriam o pretexto da nova vila. A partir da última década do século XIX, famílias de médicos e de doentes, ou de ex-doentes, estabelecem-se na faixa compreendida entre a linha de caminho de ferro (inaugurada em 1889) e o mar. A Estrada Marginal só será inaugurada nos anos 40. A Costa do Sol estava a despontar. A Parede entra, rapidamente, na moda. Em breve, há uma burguesia endinheirada que se estabelece em chalets modernos na orla marítima. Casas de férias ou de fim-de-semana que, cedo, serão moradia permanente.
Na foto, a Clínica Helio-Marítima, inaugurada em 1939, na antiga Casa do Patriarca.

CASAS DA PAREDE




22.3.11

OUÇA UM BOM CONSELHO

SERÁ A CRISE?

Algumas nuvens no horizonte. Será a crise?
Ao longe, Estoril e Cascais. Foto tirada da praia das Avencas (Parede).

O PEIXE

Ainda hoje à tarde. Continua um dia calmo de Sol. Ainda não há crise (excepto para o peixe).

A PESCA

 Hoje à tarde na Parede. Um dia calmo de Sol. Não havia crise...

PODIA SER PIOR

"Então vamos lá a ver o fluxo"... "Uhmmm...Pois"... "Sim?!"... "Há aqui um espessamento... a prolaxe... está a ver?"... "Francamente não"... E pode dar infecções"... "É grave?"... "O volume está bem para a idade"... "Então?... "O coiso passa pelo meio... Fica apertado"... "Está a ver?"... "Então e se beber água?"... "Àgua só dá mais vontade. Água é igual ao litro"... "Isto requer vigilância"... "Olhe uma curva normal. A sua está cheia de picos"... "Está a ver?"... "Ah, e não pode ficar assim?"... "Não, não pode. Incha. Infecta. Os resíduos, sei lá"... "Prepare-se para uma RT, não-sei-quê"... "Ai!!! Uma quê?"... "Não se preocupe. Venha cá em Outubro. Vigilância. Muita vigilância. Está a ver?". Sai cabisbaixo, sem ver nada. Estou fodido. Uma operação. Arre!... E logo no coiso!!! Bem a verdade é nos últimos 60 anos nunca fui ao hospital. Nunca parti nada. Nunca levei pontos. Nunca tive um desastre. Umas gripes e um ligeiro sarampo, em garoto... Pois é, mas como diz insistentemente o meu amigo J.S., "a saúde é um estado provisório de prognóstico reservado que não auspicia nada de bom".

REFLEXOS

Há dias em que não temos rigorosamente nada para dizer. Ficamos frente ao écrã, como se fosse um papel branco. Sem inspiração, sem assunto. Que interessa se dormi mal. Que importa se tenho cólicas. Posso falar dos sonhos. Mas a verdade é que não me lembro. Outra vez notícias da constipação? Nem pensar. Guerra na Líbia... Sismo no Japão... A crise política... A crise financeira... Francamente já não se aguenta. Ficam os reflexos!

21.3.11

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PARA O DESCONHECIDO - I

Criada em 2004, por testamento do magnata português António de Sommer Champalimaud, a Fundação Champalimaud inaugurou recentemente, bem junto à Torre de Belém, o "Centro de Investigação para o Desconhecido". Um nome que dá para tudo, mas que vai trabalhar, essencialmente, em pesquisa muito avançada das doenças cancerígenas. O edifício tem três blocos virados ao Tejo e é da autoria do arquitecto goês, Charles Correa. Com um dia de sonho e um azul lisboeta, fomos ver...

CENTRO DE INVESTIGAÇÃO PARA O DESCONHECIDO - II